Monday, January 22

Democracia / Aborto / Frustrações

Este é tipo Pantene… 3 em 1

No dia 11 de Fevereiro não vou votar!

Acredito profundamente na Democracia… acho que está muito longe de ser um bom sistema - de funcionar como deve – mas não consigo conceber um que lhe chegue aos calcanhares.

Há uns anos atrás, pela primeira vez, numas eleições para o parlamento europeu, não votei. Não o fiz porque, bem a meu estúpido jeito, resolvi chegar em cima da hora… a 5 minutos do “fecho das urnas”.

A coisa passou-se mais ou menos assim:
- Aproximávamo-nos, eu e mais umas quantas pessoas, a passo pausado, do portão da escola quando um senhor, que supus ser contínuo na dita, no-lo fecha na cara.
Qual incrédulo Martim Moniz, atravesso-me na porta e enceto civilizada conversação com a personagem. Como prova de confiança e boa vontade, permito que feche a porta enquanto conversamos.
A multidão aumenta… ele insiste que, no seu relógio, já está na hora… a confusão instala-se… ele ameaça chamar o Presidente da Junta… eu tremi de medo… o povo revolta-se… ele não cede, mas chama a policia… chega a policia e a minha irmã (no relation… ela estava só ainda mais atrasada do que eu*)… mais discussão, mais confusão… a policia impõe-se e dispersa a frustrada multidão.
Foi o episódio mais irritante da minha vida de cidadão e foi também das atitudes mais cretinas que jamais vi alguém ter… que estupidez.

Bom… em frente… pela segunda vez na minha história de eleitor, vou faltar à chamada do dever cívico.
Falto, mas não sem vos dar um pedaço de mim:

Não concordo com o referendo! Acho que se trata, fundamentalmente de uma questão de saúde pública (extremamente profunda e complicada, mas de saúde pública) e eu faço parte de uma Democracia Representativa.
Em relação à Saúde Pública eles podem, e devem, tomar a decisão por mim. Eu não sei se deve ser às 2, 3 ou 2300 semanas… não sei… mas sei que tem de passar a ser feito com condições e com o aconselhamento devido.

No dia 11 de Fevereiro não vou votar!
Espero que vocês o façam… mesmo… sempre.


Shamrock


* é de família… os meus pais estavam no trânsito à entrada de Lisboa.

P.S.
O que ainda me vai alegrando é saber que, com esta infeliz falha, acabo por protelar a minha condenação à maldição eterna… quem diria que chegava até aqui… vamos ver quanto tempo mais aguento ;p

16 comments:

Xamussas said...

eh pah... já que escreveste aquele terceiro parágrafo, podias ter referido o Churchill (que para quem não sabe foi votado como o maior inglês de todos os tempos, no programa homónimo daquele que agora temos em Portugal apresentdo pela Maria Elisa

yorkshire pudding for every one

Confrade Mor

cmfm said...

Ora tu és um gajo que eu até epah acho atento, mas depois de reler o meu post após ler o teu confirmei que realmente não me enganei e foste tu que não percebeste o que eu, ou melhor, o cónego quis dizer. Quem não vota é que comete um pecado mortal gravíssimo. Ou seja, se votasses "sim" ainda eras só automaticamente excomungado, assim vais arder no fogo do inferno para todo o sempre.

Era só para avisar.

Shamrock said...

... dessa não 'tava eu à espera...

mas então tou lixado de qualquer das formas... a excomunhão também dá direito à condenação final...

Epah... desculpa a falta de atenção... mas estas fatalidades desconcentram-me.

Confrade, Môr...

Explica lá essa do Churchill que eu não sei o que ele andou a dizer.

Anonymous said...

Amiguinho! nao concordo com a tua atitude mas respeito e concordo com o teu ponto de vista! Faço este comentário apenas porque sei que me respeitas e admiras e sei que o facto de eu respeitar e aceitar o teu ponto de vista vai trazer algum calor ao teu coraçao
RODAS

The Lone Ranger said...

O Pantene não era só 2 em 1?

Acho que ficavas melhor como Domestos!

Xamussas said...

Ranger:
és grande!

skunkrock:
A referência ao xor Churchill deve-se facto de ele ter a mesma opinião que tu sobre a democracia:
"A democracia é a pior forma de governo, à excepção de todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos."

tenho dito

fish § chips para vós

confrade mor

Shamrock said...

Rodas,

Qual atitude catano?
Tu andas a beber cava ao almoço?

Ranger,

É 3 em 1: Champoo, Amaciador e vai chatear os cornos à tua tia.
Tinha saudades tuas pá.

Confrade, môr...

Não sabia ou não me lembro... mas esse gajo não era parvo... espero que as coisas lhe tenham corrido bem...

Auf Wiedersehen mein liebes ;p

Tomas said...

Concordo!
Alias, acho também que incluia-se todos e qualquer actos de atentado à saúde pública passando a ser todos sempre realizados com condições e aconselhamento devido!


Quanto ao ps não percebo; a piada refere-se à não hipócrisia de quem acredita em vida depois da morte? ou às parvoices no qual essas mesmas pessoas acreditam?

Anonymous said...

o nao votar gonçalito, o nao votar!!!!!
RODAS

Shamrock said...

Thomas,

O P.S. era mais informativo (sobre as palavras do cónego)... mas não quis repetir posts que já tinha visto noutros blogs, por isso pus o link para o melhor post.

Aproveito p'ra dizer que acho ridícula a posição deste gajo... pecados cometeu ele às centenas na vida e duvido que se tenha excomungado.


Rodinhas,

Ok... assim td bem... vais votar tu?

Bjocas

Shamrock said...

Rodas,

Só p'ra esclarecer:

Não vou votar pq não vou a Portugal e pq não posso votar em referendos à distância.

Não concordo com o referendo mas votaria nele se pudesse.

hasta luego,

Anonymous said...

Caro blogger, correcção: podes votar à distância, não estás é por ventura à distância (tempo) suficiente para teres tomado as devidas providências......isto dos consulados é uma grande, grande limitação. Eu abdicaria de um voto em rferendo que me indispõe, tentarei chegar a tempo de confiar a minha consciência.

A relatividade de uma causa faz-se na alternância das maiorias, democrática democracia........

xxx

Shamrock said...

Carissima Electra,

Pelo que me informaram, se calhar erradamente, o voto pelo consulado não se aplica aos referendos... o que não deixa de fazer algum sentido...

Anonymous said...

Confesso que não voltei a consultar a lei do referendo nesse ponto, já muito me angustiou o facto de não poder transmitir a minha intenção de voto, e muito mais não estarmos aptos ao voto por via electrónica (descansem que a infraestrutura existe, incute é um medo pelo desconhecido...). Não faz sentido nenhum que não seja aplicado para o referendo os pressupostos de votação das comunidades emigrantes aplicados para eleição da AR e do PR! E muito menos que sejam também estas repletas de uma excessiva burocratização das estruturas consulares! Ora perante a, cada vez maior, ausência motivacional pela participação e intervenção no Estado democrático, que todos defendemos, mas com o qual pouco nos preocupamos (incluo-me neste rol, também), não me parece que o novelo burocrático e travamento tecnológico seja um voto a favor! Com todo o respeito, blogger desta estação, a instância autárquica é a única que, em minha opinião, não deve permitir o voto pelo consulado. Até porque, vejamos, a matéria a referendar dia 11 constitui, sinteticamente, uma alteração ao código penal, na qual qualquer cidadão de nacionalidade portuguesa deverá poder ter o direito de se expressar (seja em que parte do mundo estiver). A legislação é uma das bases da nossa estruturação democrática, não existimos, como país, sem esta moldura legal, pelo que não é por estarmos a residir fora que não deveremos ser chamados a pareticipar na construção democrática do nosso país de origem. Se por ventura, em algum estádio da nossa vida, por tempo ou convicção, a nossa participação democrática mudar de alvo, existem outras possibiliddaes que assistem quem vive num país, que não o de origem.

O voto já deveria ser informatizado - sim. Não ser permitido votar no referendo aos emigrantes - não.

xxx

Shamrock said...

Querida Electra,

Se voltas a pôr um comentário maior que o post a gente chateia-se ;p.

Ok, concordo contigo em relação ao voto electrónico e, éstando a funcionar em pleno com o mesmo, concordo em relação à possibilidade de votar no referendo.

O que digo que até faz sentido que eles não se dêm ao trabalho de organizar toda a logística necessária para umas eleições nos consulados quando estão a fazer uma "sondagem" à população numa matéria que podiam e, na minha opinião deviam, decidir e quando apenas vão considerar essa sondagem se a diferença entre o "sim" e o "não" for superior a não sei quanto...

Não deixo de concordar que o voto electrónico existe, é bom e é p'ra se usar.

boa noite p'ra ti

Anonymous said...

Dear Blogger,

Opá! Desculpa, nem reparei na quantidade de caracteres que debitei. A minha indignação falou mais alto, depois da resposta que me chegou da CNE, excatamente sobre a delegação de voto. Imaginando que o voto em referendos não é passível de exercer por emigrantes, o caldo entornou-se-me, indignado!mas sem alvos, apenas impotência motriz.

É minha convicção a curta distância que separa ambas as trincheiras, não estou preparada.

xxx

electra.