Tuesday, January 16

Ecos

Já alguma vez entraram numa sala insonorizada*? Eu também não, mas quem entrou diz que é altamente estranho, incómodo e atrofiante… pelo menos no princípio.

Quando falamos com alguém, as nossas cordas vocais emitem vibrações que fazem “vibrar” o tímpano do nosso interlocutor. Nós conseguimo-nos ouvir a nós próprios porque as nossas “ondas”, depois de saírem para o exterior, ecoam no chão, no tecto, nas paredes e na menina interlocutora, voltando na nossa direcção e para o nosso tímpano.

Uma sala insonorizada é desenhada para não reflectir o som… para o absorver… basicamente simula um ambiente vazio, como o espaço.
Se estivermos sozinhos numa sala que não reflecte o som de volta para nós, tudo o que ouvimos são os ecos que o som faz nos obstáculos que encontra entre as cordas vocais e os lábios. Esses ecos vão atingir os tímpanos vindos de dentro, por aquele buraco que temos lá atrás… deve sair um som bonito…
Gostava de experimentar.


Moral da história, em estilo de corolário:

Quando falo, estou habituado ao eco. Quando não tenho eco, atrofio.



Shamrock

*Não sei se é assim que se chama, nem sequer se a descrição seguinte está correcta, mas para quem é…

P.S. Correndo o risco de estar a dizer uma barbaridade, é bem provável que a propalada diferença entre a nossa-voz-tal-como-a-ouvimos e a nossa-voz-tal-como-os-outros-a-ouvem (a.k.a. o-efeito-ridículo-de-te-ouvires-numa-gravação), seja efeito da interferência dos ecos internos produzidos na nossa boca com os ecos que produzimos no exterior.

P.P.S. Este post é dedicado a todos os meus s’tores e profs de física, química e físico-quimica… do Bohr ao gajo que me fez ter 15 a Física II… à 3ª…

2 comments:

Anonymous said...

ecos... ecus... euros... na verdade não passas d'um comunista-progressista! e a promessa do anti-inflamatório com vista para o sifão?!

Shamrock said...

"e a promessa do anti-inflamatório com vista para o sifão?!"

macaco, macaco... quem és tu e o que é que te puseram na banana?