“O Grito”

Noite típica em casa… ‘tás sozinho, deitas-te no sofá para um tranquilo borreganço em frente àquela que foi chamada “a janela mágica”, “a religião do século XX”… o “tubo”

Andas pelo zapping habitual, paras um bocado na VH1, onde o reggaeton te alegrou os olhos… começas a reparar que o teu coração está a seguir o ritmo da música … podia ser agradável, mas não é… é estranhamente desconfortável… muito desconfortável.
Mudas de canal… esquece, o desconforto não era da música… era de ti… não estás bem, precisas de fazer qualquer coisa, mas não sabes o quê… comer?.. não adianta nada, nem apetece.. dormir?.. não dá.. ir correr?.. dá bem mais trabalho, mas ainda é capaz de ser a melhor hipótese…

Tudo está mal, tudo tem de mudar, não sabes o que tens de fazer, mas o teu corpo marca um passo acelerado para o fazeres rapidamente… ‘tás mal com o imediato e não sabes porquê…

Chega a durar horas… depois vai-se… chamo-lhe “ligeiro ataque de ansiedade” e não quero conhecer o “grave”.

É curioso como conseguimos rotular uma coisa que nunca sentimos com um conceito que nunca ninguém nos soube explicar.

Shamrock

P.S. Não me tem acontecido… cá ainda não me aconteceu, mas pus-me a pensar nisso quando li isto.
O Munch de certeza que me percebia… bem demais, ao que parece.