A dura acústica dos claustros, acompanhada pelo marchar dos seguranças, faziam a cadeira rolar sinistramente até à minúscula porta.
Desde o atentado que lá prometera voltar, e aí estava, debilitado como nunca, na expectativa de um último segredo… o terceiro.
Com um gesto ensaiado, a Madre indica-lhe o silêncio do aposento onde a Irmã, que em tempos foi prima, jaz no seu esparto leito.
“- Deixa-nos (…) sós Herman.” diz Karol, entre as pausas que a sua velhinha, mas fiável bomba de oxigénio lhe impõe.
Herman deita um olhar experiente à área circundante e, levando a Madre consigo, acede ao pedido.
Um desconfortável sossego volta à pequena habitação onde Lúcia escolheu passar, desde a última vez que se viram, o resto da sua existência.
“- Antes de (…) quebrares o teu (…) voto (…) preciso de te dizer (…) uma coisa” diz Karol, num Português sábio mas visivelmente enferrujado.
Surpresa pelo respirar profundo e intervalado da máquina, a Irmã acena uma nervosa aceitação.
Lá fora, a solitária nuvem que passa, faz cair uma sombra sobre o rosto de Karol que se deixa percorrer com a melancolia de quem sabe o que o futuro lhes reserva…
“Lúcia (…)(…) I am your father” afirma ele, na sua melhor interpretação de Darth Vader desde o consiglio de Novembro de 86
Trocam um terno olhar de reconhecimento e, vagarosamente, Karol pousa a sua vincada mão na dela.
“Eu sabia que voltavas”, diz-lhe ela enquanto lhe corre pelo rosto uma lágrima de felicidade
Shamrock
P.S. A punch-line desta linda história foi criada, em Agosto de 2000, durante um almoço volante em frente à Catedral de Praga no 1º Interrail das 4 putas e da F…. deu para uma boa meia hora de atrofio.
Este post é-lhes dedicado.
Desde o atentado que lá prometera voltar, e aí estava, debilitado como nunca, na expectativa de um último segredo… o terceiro.
Com um gesto ensaiado, a Madre indica-lhe o silêncio do aposento onde a Irmã, que em tempos foi prima, jaz no seu esparto leito.
“- Deixa-nos (…) sós Herman.” diz Karol, entre as pausas que a sua velhinha, mas fiável bomba de oxigénio lhe impõe.
Herman deita um olhar experiente à área circundante e, levando a Madre consigo, acede ao pedido.
Um desconfortável sossego volta à pequena habitação onde Lúcia escolheu passar, desde a última vez que se viram, o resto da sua existência.
“- Antes de (…) quebrares o teu (…) voto (…) preciso de te dizer (…) uma coisa” diz Karol, num Português sábio mas visivelmente enferrujado.
Surpresa pelo respirar profundo e intervalado da máquina, a Irmã acena uma nervosa aceitação.
Lá fora, a solitária nuvem que passa, faz cair uma sombra sobre o rosto de Karol que se deixa percorrer com a melancolia de quem sabe o que o futuro lhes reserva…
“Lúcia (…)(…) I am your father” afirma ele, na sua melhor interpretação de Darth Vader desde o consiglio de Novembro de 86
Trocam um terno olhar de reconhecimento e, vagarosamente, Karol pousa a sua vincada mão na dela.
“Eu sabia que voltavas”, diz-lhe ela enquanto lhe corre pelo rosto uma lágrima de felicidade
Shamrock
P.S. A punch-line desta linda história foi criada, em Agosto de 2000, durante um almoço volante em frente à Catedral de Praga no 1º Interrail das 4 putas e da F…. deu para uma boa meia hora de atrofio.
Este post é-lhes dedicado.
3 comments:
um grande bem-hajas!
um abraço
k. bitch
PS- os 3 castorinhos mandam cumprimentos
Sejas bem-vinda, grande Puta Celta (já reparaste que acabei por vir parar à tua terra?).
Viva a Lúcia, o Francisquinho e o Jaquinzinho.
Baci
Muito bem escrito... de facto...
mas...onde já se viu.. chamar puta um confrade!
e ainda por cima indiana...
Dekuji pela recordação!
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