A pedido de vários membros da família disfuncional que é composta pelas bestas com quem me relaciono neste planeta, vou estender-me sobre as razões que me levam a ir a Portugal fazer campos de férias em vez de passar momentos de qualidade na sua companhia.
Antes de mais acho importante desmistificar a história do bom samaritano altruísta.
Eu faço campos porque me sinto bem a fazê-los… porque gosto. Divirto-me muito e sinto-me positivamente producente.
Passei suficientes anos da minha vida a vegetar em frente à televisão para dar um valor tremendo àqueles dias em que sinto que me fartei de fazer coisas. Um campo não é mais do que isso… um sitio onde estou em equipa a fartar-me de fazer coisas de que gosto e de onde, sempre, saio com mais amigos do que quando entrei.
Enquanto criança/adolescente fiz 3 campos de férias pela EDP.
Do primeiro, na Venda do Pinheiro, já não sei com que idade, o melhor que posso dizer é que me passou ao lado… lembro-me de lançar uns papagaios num monte tristemente ardido e de dormir numa camarata… lembro-me de um rapaz que me perguntou o nome quando se sentou a meu lado na carrinha e que foi o meu único amigo lá dentro.
Os seguintes, com 13 e 15 anos, em Castelo de Bode, foram experiências que me marcaram profundamente. Fiz alguns amigos (monitores e colonos) que, embora não se mantenham, muitas vezes ainda passeiam no meu pensamento. Juntos ultrapassámos desafios que nunca nos tinham sido postos, fizemos coisas que nunca tínhamos feito e, acima de tudo, assumi papeis que nunca tinha assumido.
Lembro-me, entre muitos outros, de um rapaz (o David) a quem perguntei o nome quando me sentei a seu lado na carrinha e que foi o meu melhor amigo lá dentro.
Há 5 anos e meio o R. convidou-me para fazer, no Algarve, uma formação de uma associação na qual ele andava a fazer “campos e outras coisas” e eu, por andar a precisar de desanuviar, lá fui.
Lá conheci o Projecto Novas Descobertas, uma associação cujo “core-business” é o campo-de-férias e onde um grupo fenomenal de amigos-que-puxam-amigos fazia, com o apoio logístico de uma estrutura legal, uma quantidade considerável de outros projectos, ora para eles próprios, ora para outro qualquer público.
A onda – e a filosofia – deste grupo era completamente diferente da dos campos da EDP. Era uma máquina muito mais pobre e amadora mas que tinha a vantagem de ter um grupo de pessoas que produziam coisas pelo puro prazer de estarem juntos e de, juntos, fazerem acontecer coisas.
No meio desta gente encontram-se alguns dos meus melhores amigos.
Em alturas muito diferentes da minha vida, estas duas “casas” trouxeram-me, de alguma forma, mais-valias para mim como pessoa, animal-social, ou até ser-humano-que-precisa-de-sentir-que-é-útil-ao-mundo… algo que me faz querer que elas perdurem por muito e bom tempo.
Ou seja, faço campos porque gosto do Projecto* da N. e quero vê-lo ganhar asas. Faço-os muito pela possibilidade de dar ao próximo, um décimo do que me deram em Castelo de Bode. Faço-os porque, lá no fundo, tenho uma costela flutuante de professor/sociólogo/paizinho e, acima de tudo, faço-os porque lá me sinto bem.
Shamrock
*chamo-lhe Projecto porque não sou apreciador da pessoa do Manuel Monteiro e não quero que o meu blog seja causador de uma onda de apoio ao seu partido homófobo… não… homónimo… como é que era?
- Manel, fecha lá o tasco. Ninguém gosta de ti.
P.S. Para quem nunca fez um campo de férias, acreditem que, para quem gosta, rivaliza com qualquer interrail, cruzeiro ou peregrinação nudista ao Delta do Ganges. Não é qualquer semana de férias que te deixa a chorar quando acaba… também não é qualquer campo… são as pessoas.
Antes de mais acho importante desmistificar a história do bom samaritano altruísta.
Eu faço campos porque me sinto bem a fazê-los… porque gosto. Divirto-me muito e sinto-me positivamente producente.
Passei suficientes anos da minha vida a vegetar em frente à televisão para dar um valor tremendo àqueles dias em que sinto que me fartei de fazer coisas. Um campo não é mais do que isso… um sitio onde estou em equipa a fartar-me de fazer coisas de que gosto e de onde, sempre, saio com mais amigos do que quando entrei.
Enquanto criança/adolescente fiz 3 campos de férias pela EDP.
Do primeiro, na Venda do Pinheiro, já não sei com que idade, o melhor que posso dizer é que me passou ao lado… lembro-me de lançar uns papagaios num monte tristemente ardido e de dormir numa camarata… lembro-me de um rapaz que me perguntou o nome quando se sentou a meu lado na carrinha e que foi o meu único amigo lá dentro.
Os seguintes, com 13 e 15 anos, em Castelo de Bode, foram experiências que me marcaram profundamente. Fiz alguns amigos (monitores e colonos) que, embora não se mantenham, muitas vezes ainda passeiam no meu pensamento. Juntos ultrapassámos desafios que nunca nos tinham sido postos, fizemos coisas que nunca tínhamos feito e, acima de tudo, assumi papeis que nunca tinha assumido.
Lembro-me, entre muitos outros, de um rapaz (o David) a quem perguntei o nome quando me sentei a seu lado na carrinha e que foi o meu melhor amigo lá dentro.
Há 5 anos e meio o R. convidou-me para fazer, no Algarve, uma formação de uma associação na qual ele andava a fazer “campos e outras coisas” e eu, por andar a precisar de desanuviar, lá fui.
Lá conheci o Projecto Novas Descobertas, uma associação cujo “core-business” é o campo-de-férias e onde um grupo fenomenal de amigos-que-puxam-amigos fazia, com o apoio logístico de uma estrutura legal, uma quantidade considerável de outros projectos, ora para eles próprios, ora para outro qualquer público.
A onda – e a filosofia – deste grupo era completamente diferente da dos campos da EDP. Era uma máquina muito mais pobre e amadora mas que tinha a vantagem de ter um grupo de pessoas que produziam coisas pelo puro prazer de estarem juntos e de, juntos, fazerem acontecer coisas.
No meio desta gente encontram-se alguns dos meus melhores amigos.
Em alturas muito diferentes da minha vida, estas duas “casas” trouxeram-me, de alguma forma, mais-valias para mim como pessoa, animal-social, ou até ser-humano-que-precisa-de-sentir-que-é-útil-ao-mundo… algo que me faz querer que elas perdurem por muito e bom tempo.
Ou seja, faço campos porque gosto do Projecto* da N. e quero vê-lo ganhar asas. Faço-os muito pela possibilidade de dar ao próximo, um décimo do que me deram em Castelo de Bode. Faço-os porque, lá no fundo, tenho uma costela flutuante de professor/sociólogo/paizinho e, acima de tudo, faço-os porque lá me sinto bem.
Shamrock
*chamo-lhe Projecto porque não sou apreciador da pessoa do Manuel Monteiro e não quero que o meu blog seja causador de uma onda de apoio ao seu partido homófobo… não… homónimo… como é que era?
- Manel, fecha lá o tasco. Ninguém gosta de ti.
P.S. Para quem nunca fez um campo de férias, acreditem que, para quem gosta, rivaliza com qualquer interrail, cruzeiro ou peregrinação nudista ao Delta do Ganges. Não é qualquer semana de férias que te deixa a chorar quando acaba… também não é qualquer campo… são as pessoas.
P.P.S. Um dia mais tarde volto ao tema PND, que futuro?... mas até lá bons campos para os restantes e um grande Shuaaa p'ra vocês.
11 comments:
Esse teu fundo de escuteiro... é tambem por isso que gostamos de ti puto!
Abraços
Sérgio
PS: está quase a fazer um ano que perdeste uma certa aposta... e ainda n cumpriste =(
Deves-me 'tar a confundir com um par de escuteiros que conheço... eu sou aquele gajo que está a haver um jantar no Chapitô... eu sei que um amigo não me faria perder por uma technicality uma aposta que eu cumpri ;p
Muito gostas tu de apostas!
Vi
Gostei! Obrigado por teres sido o amigo-que-puxa-amigos que me puxou para aqui!
Bjinhos
Wibewinha
Só te puxei porque acho que pertences ali... parece-me que estava certo... agora falta o teu irmão ;p
E o brother está lá quase! No outro dia perguntou-me "quando é que vão ter mais campos mesmo?" =p
Wibewinha
hei meu parabens por teres dado esse passo eu tambem fui participante dos campos de ferias , das colonias como arvores , tochas , ou o campo magico de castelo de bode, só msm quem la esteve sabe do que fala por isso te compreendo , e é verdade não são klk ferias de 13 dias que nos deixa a chorara a cada despedida , tambem ainda mantenho amigos dessa altura e recordo com saudade esses 13 dias unicos! Grande abraço e como dizia a musica: " um amigo é um bem um tesouro que se tem ..."
já agora estao a preparar o proximo verão nos campos , n seis e tives t oportunidade de ver o dvd que com o trailer chamemos-lhe assim dos campos se tiveres curiosidade eu irei colocar o video no hi5
deixo t o mail p puderes procurar
piryy@hotamil.com
Tb tive nesses campos de férias! Comecei por palmela, dp venda do pinheiro e mais tarde Castelo de Bode!
Grandes recordações, grandes momentos, grandes aventuras, grandes amigos... foi tudo em grande!
Acho que se devia apostaar mais nesse tipo de actividade, hoje em dia, para que as crianças não passem o tempo todo agarrados ao pc ou à psp!!
As amizade, a aprendizagem banal e a ligação das pessoas está a ser cortada em demasia pelas novas tecnologias!
Há por este mundo fora miúdos k não sabem fazer um jogo de papel(Palmela), gerir dinheiro(Venda do Pinheiro), Jogar matrecos-humanos e estar em equipa/família(Castelo de Bode), muito por culpa das novas tecnologias que substituem todo esse caminho de aprendizagem!
Enfim!... mas é sempre bom recordar estes momentos!
Abraço!
Boa tarde.
Eu moro na Venda do Pinheiro e o meu pai trabalhou vários anos na Colónia de Férias. Neste momento ela está abandonada e está a ser vandalizada.
Eu e mais um grupo de pessoas estamos a tentar fazer alguma coisa para contrariar esta situação. Uma dela é tentar reunir o máximo de informação possível juntos de quem trabalhou ou participou. Será possível contar com a vossa ajuda?
O meu e-mail é celialopes_@hotmail.com e o meu contacto é o 916743429
Posso enviar fotografias do estado actual do edificio para comprovar o que estou a dizer.
Obrigada.
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